SE de Sofala considera que inclusão da mulher nos programas de desenvolvimento é uma questão de justiça social
A secretária
do Estado na província de Sofala, Stela Zeca, defendeu, esta segunda-feira, na
cidade da Beira, a inclusão da mulher nos programas de desenvolvimento, pois,
segundo refere, a inclusão da mulher é uma questão de justiça e deve ser
tratada como uma prioridade, até porque representam a maior parte da população.
Stela Zeca
falava na abertura da “Conferência sobre Mulher, Paz e Segurança”, organizada
pelo Instituto para a Democracia Multipartidária (IMD) em parceria com a Fundo
das Nações Unidas para o Desenvolvimento de Capital (UNCDF), através do
Programa de Desenvolvimento Local para a Consolidação da Paz iniciativa
(DELPAZ).
“Estamos
aqui em mais um evento que visa enaltecer o papel da mulher no processo de
desenvolvimento. E, como se tem dito, é uma questão de justiça social. O nosso
país, de acordo com o senso de 2017, é constituído maioritariamente por
moçambicanos do sexo feminino, ou seja, moçambicanas e não faz sentido que este
maior número da população não esteja a participar como era esperado no processo
de desenvolvimento. Portanto, todas estas acções são uma questão mesmo de
justiça social”, referiu Stela Zeca.
A governante
enfatizou as políticas internacionais e nacionais que apontam para a
necessidade do alcance da igualdade do género e empoderamento da mulher e
rapariga.
Por sua vez,
Dércio Alfazema, director de Programas do IMD, fala da necessidade urgente de
se melhorar o cenário a fim de que as mulheres possam exercer o seu pleno
potencial como agentes da paz.
“As decisões
que são tomadas nas mesas de negociação têm impacto em toda a sociedade, e não
apenas nos contendores do conflito. Por isso, em qualquer agenda ligada à paz,
a promoção da segurança, estabilidade política e reconciliação nacional, a
mulher deve fazer parte para dar a sua sensibilidade e contribuição”, referiu
Alfazema, acrescentado que “as mulheres precisam de ter mais voz e espaço na
defesa e protecção dos seus interesses sociais, políticos e económicos para que
os desígnios da igualdade de género na sociedade pós-conflito sejam sempre
tidos em consideração, até porque, em todas as situações conflitos ou de
instabilidade, incluído os registados na zona norte e da zona centro do país,
elas têm sido as mais afectadas directa e indirectamente.”, referiu.
O
representante do UNCDF, Louis Helling, falou do compromisso da União Europeia
no apoio às iniciativas de promoção da paz, baseada num estudo que apontava a
exclusão como um dos factores de vulnerabilidade.
“E estas
análises e diagnósticos sugeriram que a percepção de exclusão por parte de
alguns grupos da sociedade é uma consequência, mas também uma força motriz do
conflito. Esta percepção de exclusão deve ser colmatada. O país é único, a
população é única, a sociedade é única, então todos devem sentir-se parte do
processo da paz e do processo de desenvolvimento.”
A
conferência contou com a presença de representantes da secretária de Estado da
província de Sofala, de entidades diplomáticas e internacionais, com destaque
para as Nações Unidas, assim como presidentes de Assembleias Provinciais de
Sofala e Manica, organizações da sociedade civil, entidades religiosas,
partidos políticos e académicos. A Conferência sobre Mulher, Paz e Segurança
decorreu no quadro das comemorações do 29º aniversário do histórico Acordo
Geral de Paz, assinado em Roma, a 4 de Outubro de 1992.
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