Empresa chinesa acusada de fomentar corte ilegal de madeira em Sofala
Uma
empresa de cidadãos chineses e que se dedica à compra e venda de madeiras, há
mais de dois anos em Sofala, é acusada de fomentar o corte ilegal de madeira ao
comprar em grandes quantidades de madeireiros furtivos com finalidade de
exportar para a China.
A
empresa CAM International Limitada, de capitais chineses, vocacionada na compra
e venda de madeira, que opera nos distritos de Chibabava e de Caia, província
de Sofala, há cerca de dois anos, é acusada pelas comunidades locais de estar a
fomentar o corte ilegal de madeira no interior de Sofala e Manica.
A
referida firma possui três estaleiros de madeira, sendo dois em Chibabava
e um Caia.
Sem
mostrar a cara, por temerem represálias dos representantes da referida empresa,
as comunidades disseram a jornalistas que o modus operandi consiste
em comprar madeira nas regiões recônditas, a qual é cortada por operadores
florestais furtivos e, através de camiões, mobilizados pela referida empresa, o
produto é transportado para os estaleiros, onde é processado, transportado para
a cidade da Beira e, posteriormente, exportado para fora do país, com destaque
para a Ásia.
Um
dos estaleiros da referida empresa está localizado em Muxúnguè, para onde a
nossa equipa de reportagem e outros órgãos de informação se dirigiram na última
segunda-feira, para aferir a veracidade da denúncia das comunidades que se
queixam da delapidação de madeira pela empresa em causa.
O
representante da companhia alegou que não estava em condições de prestar
declarações à imprensa, nem provar a legalidade da actividade, tendo
solicitado, por telefone, a presença do gerente.
Este,
confrontado com as denúncias das comunidades locais, disse que as mesmas eram
falsas, mas sem provar a legalidade da madeira encontrada no estaleiro da
empresa.
Perante
a insistência de jornalistas, o gerente da empresa acusado de conexão com
madeireiros furtivos apresentou vários documentos relacionados com a firma, mas
nenhum deles indicava autorização de compra e venda de madeira.
Um
dos documentos apresentados autoriza o comércio a grosso de madeira em bruto e
de produtos derivados, na cidade da Beira e não em Muxúnguè.
Em
mais uma insistência dos jornalistas, o gerente tentou falar ao telefone com um
outro gestor que se encontrava na cidade da Beira, que, alegadamente, viajara
com os documentos da autorização para compra e venda de madeira.
Ao
telefone, este último garantiu que tinha, na sua posse, todo o processo e negou
que a madeira era comprada de operadores furtivos. Contudo, ele estava ocupado
pelo que não estaria em condições de apresentar os documentos.
Sobre
o assunto, os Serviços Provinciais de Agricultura e a Agência Nacional para o
Controlo de Qualidade Ambiental garantiram que irão pronunciar-se nesta
quinta-feira.
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