Setecentas pessoas recém-deslocadas em Sofala por causa dos ataques armados

 Em três semanas, 700 pessoas das 137 famílias do interior dos distritos de Nhamatanda e Gorongosa, em Sofala, abandonaram as suas zonas à procura de segurança noutras zonas da mesma província, devido aos ataques armados que o Governo imputa à Junta Militar da Renamo.

A população dos dois distritos, nas margens do rio Púnguè, retrata episódios de terror ocorridos em meados de Outubro: assassinatos com recurso a armas de fogo, violações sexuais, torturas e casas incendiadas. Muita gente não pôde retirar nada de casa aquando da fuga.

“Os ataques iniciaram em Março deste ano e intensificaram. Em meados do mês passado” os atacantes “mataram três pessoas, violaram várias raparigas, roubaram os nossos bens, nomeadamente alimentos, vestuários, galinhas, cabritos e ainda queimaram as nossas casas e os nossos celeiros. Este facto forçou-nos a fugir para as matas, onde durante vários dias recorremos a frutos silvestres e raízes de várias plantas para nos alimentarmos”, explicou Januário Miquitaio, um dos deslocados.

Quando as autoridades se aperceberam de que as 700 pessoas passavam fome e não tinham vestuário, mobilizaram uma equipa do Instituto Nacional de Gestão de Calamidade (INGC) para prestar assistência. A primeira acção foi identificar um local para abrigo, na zona de Pavua, próximo à vila sede do distrito de Gorongosa.

Os deslocados receberam apoios para  um mês. “Brevemente voltaremos a planificar a assistência em produtos diversos, enquanto sensibilizamos a população para o início da produção agrícola”, explicou Ismail Almeida, técnico do INGC.

O administrador do distrito de Gorongosa, Manuel Jamaca, garantiu que os beneficiários poderão regressar para as zonas de origem quando o conflito militar cessar por completamente.

Desde que o Presidente da República anunciou que as Forças de Defesa e Segurança não iriam perseguir a Junta Militar da Renamo por cinco dias [a partir de 25/10/2020], não se ouve tiros no distrito de Nhamatanda, segundo a população e as autoridades distritais, que asseguraram que em alguns troços da Estrada Nacional número um (EN1) pessoas e bens circulam sem o habitual medo.

Há igualmente população que já se dedica à actividade agrícola nas regiões do interior de Nhamatanda.

Comments

Popular posts from this blog

Lourenço Bulha entrega 20 casas construídas no âmbito da reconstrução Pós IDAI

Lourenço Bulha nomeia Nove Directores Provincias

Quem é Lourenço Bulha?