Beira já tem capacidade de receber navios com pescado fresco
Inaugurado em Outubro do ano passado, o
porto de pesca da Beira, em Sofala, vai receber, a partir deste mês, navios de
grande tonelagem com carga fresca proveniente de outros países. Há condições
para conservar o pescado por um ano.
Segundo o director do porto, António
Remédio, neste momento estão a ser descarregadas 700 toneladas de carapau,
proveniente da Namíbia, transportado por um navio de 107 metros de largura.
“Esta é a primeira vez que estamos a
receber navios deste calibre, contendo produtos frescos, facto que justifica o
investimento feito pelo Governo na reconstrução do porto de pesca da Beira”,
disse António Remédio.
O dirigente também informou que o porto
está equipado com câmaras frigoríficas que atingem menos 25 graus de
temperatura para a conservação do pescado durante um ano, e menos 60 graus para
conservar atum.
A infra-estrutura possui, igualmente,
uma sala de processamento de produtos que acabam de sair do mar, com a
capacidade de 50 toneladas por dia, bem como máquinas de congelamento rápido
com capacidade de gelar 500 quilos por hora.
Neste contexto, António Remédio
explicou como estão a ser criadas condições para evitar perdas de produto.
O pacote de investimento no cais número
um, onde está localizado o porto de pesca da Beira, incluiu a aquisição de
gruas e empalhadeiras para facilitar o serviço de descargas.
Quando o porto de pesca da Beira esteve
encerrado, toda a carga fresca importada era manuseada no porto comercial da
Beira, facto que acarretava elevados custos para os proprietários dos produtos.
Os armadores nacionais elogiaram a
iniciativa, que para eles está a contribuir para colher benefícios económicos.
“Estamos a colher muitas vantagens com
este porto (…). Temos câmaras frigoríficas excelentes, modernas e isso traz-nos
vantagens económicas pois a qualidade de produto é outra”, afirmou Martins
Mário, um dos armadores e utente do porto de Pesca da Beira.
Martins também destacou “as agradáveis condições de higiene” no porto.
Martins também destacou “as agradáveis condições de higiene” no porto.
O porto de pesca da Beira foi
construído na era colonial e degradou-se ao longo do tempo até entrar em
desuso, há cerca de 20 anos. Foi completamente destruído após a passagem do
ciclone “Eline” pela região centro do país, no ano de 2000.
Atento à importância da
infra-estrutura, o Executivo levou a cabo obras de reconstrução, ampliação e
modernização.
Com as obras, o cais foi estendido 188
para 377 metros, permitindo a atracagem de 16 embarcações industriais de pesca
em simultâneo, contra as anteriores oito, assim como o manuseamento de carga
fresca nacional e estrangeira.
Foram investidos cerca de 120 milhões
de dólares, provenientes do empréstimo do governo chinês. A inauguração foi
orientada pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, em finais do ano passado.
Fonte: O País
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