Fundação Amílcar Cabral homenageia Marcelino dos Santos
A Fundação Amílcar
Cabral (FAC) que liderada pelo ex-presidente cabo-verdiano, Pedro Pires,
homenageou ontem, quarta-feira (19), Marcelino dos Santos, considerando-o um
“combatente incansável” pela dignidade dos povos do Continente Africano.
Em comunicado, a Fundação Amílcar Cabral adianta que a homenagem ao dirigente
histórico da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) decorreu na
quarta-feira à tarde, na sua sede, na Cidade da Praia.
“Com este acto singelo, pretende a FAC, na pessoa do seu presidente e do
colectivo dos seus membros, cumprir um dever de memória para com este filho de
Moçambique, combatente incansável pela dignidade dos povos do continente,
comprometendo-se a fazer perdurar o seu legado junto dos mais jovens”, justificou
a fundação cabo-verdiana, citada pela Lusa.
A mesma fonte sublinhou que Marcelino dos Santos pertenceu à “geração pioneira
e visionária dos grandes patriotas africanos”, originários das antigas colónias
de Portugal, entre os quais se destacavam as figuras épicas de Amílcar Cabral,
Eduardo Mondlane, Agostinho Neto, Viriato Cruz, Lúcio Lara e Mário Pinto de
Andrade.
“Juntos e, solidariamente, souberam forjar os caminhos difíceis do combate
pertinaz, solidário e duro, que culminariam com a libertação e as
independências dos seus países e povos, então oprimidos e humilhados”, lê-se no
comunicado.
Na semana passada, em entrevista à agência Lusa, o antigo Presidente de Cabo
Verde, Pedro Pires, recordou Marcelino dos Santos como um amigo e último
representante de uma “geração que marcou a história” e que destacou num
“momento diferente” na luta pela independência.
“Marcelino dos Santos pertence a uma geração de que faziam parte Amílcar
Cabral, Agostinho Neto, Eduardo Mondlane, Mário Pinto de Andrade, Viriato Cruz,
Lúcio Lara, que foram, não diria os iniciadores, mas representaram um momento
diferente na luta dos povos colonizados para a sua independência”, recordou o
presidente da FAC.
Marcelino dos Santos morreu no dia 11 de Fevereiro, aos 90 anos, vítima de
paragem cardíaca.
Natural de Lumbo, junto à Ilha de Moçambique, na província de Nampula, fez
parte, com Samora Machel e Uria Simango, do "triunvirato" que chefiou
a Frelimo após a crise aberta com o assassínio de Eduardo Mondlane, em 1969.
Após a independência, exerceu, entre outros cargos, o de presidente da
Assembleia da República de Moçambique, entre 1986 e 1994, último lugar
institucional que ocupou, apesar de ter continuado na vida política.
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