Parceiros do país criam nova plataforma de diálogo com Governo
Os
parceiros de cooperação e desenvolvimento de Moçambique estão a dar corpo a uma
nova plataforma de diálogo com o Governo, coliderada pela União Europeia (UE) e
Estados Unidos, disse ontemm à Lusa o embaixador da UE em Maputo, António
Sánchez-Benedito Gaspar.
"Estivemos
empenhados em criar um novo mecanismo de cooperação e diálogo que chamamos de
DCP - Development and Cooperation Partners, coliderada pela UE e EUA", com
uma "dupla função: de um lado, a coordenação entre parceiros e, do outro,
ainda mais importante, o diálogo com o Governo a diferentes níveis",
explicou.
Segundo
o diplomata, o grupo DCP pretende preencher um vazio criado quando os parceiros
suspenderam os programas de apoio orçamental, em 2016, na sequência da
revelação das dívidas ocultas do Estado, no valor de 2,2 mil milhões de
dólares.
"Quando
estávamos no quadro de apoio orçamental, o mais importante não eram os fundos,
era a possibilidade de apoiar um programa do Governo. Isso estava acompanhado
de um diálogo bastante aprofundado, bastante regular" com o executivo.
No
entanto, com a suspensão do programa orçamental, "aquele diálogo mais
regular caiu", nota Sánchez-Benedito.
Os
parceiros pretendem estreitar tal diálogo aos mais diversos níveis, técnico e
político.
Um
primeiro encontro de lançamento da plataforma aconteceu já em Dezembro,
acrescentou que, com uma reunião entre o próprio embaixador da UE e o
embaixador norte-americano em Moçambique, com os ministros da Economia e
Finanças, Adriano Maleiane, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, José
Pacheco - entretanto substituído no novo Governo por Verónica Macamo.
O
encontro permitiu lançar ao mais alto nível o mecanismo de diálogo e foram
discutidos temas como "o plano quinquenal do Governo, o esforço de reconstrução
após os dois ciclones do ano passado" e aspectos da "gestão das
finanças públicas".
"Acho
que este mecanismo deve sempre continuar a existir, independentemente de haver
ou não apoio orçamental. A vantagem é termos um mecanismo onde todos os parceiros
tradicionais ou não, seja qual for o nível de envolvimento com o país, possam
estar, numa mesade diálogo permanente", concluiu.
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