“Deixamos de ensinar só contas e passamos a leccionar a sua utilidade” na 4ª classe em Moçambique”
O
início do no Ano Escolar na próxima sexta-feira (31) marca também a revisão
curricular da 4ª classe. Mais do que novos livros o director do Instituto
Nacional de Desenvolvimento da Educação, Ismael Nheze, esclareceu que “deixamos
de ensinar só contas e passamos a leccionar a sua utilidade”, como por exemplo
a educação financeira, outro objectivos é que “os alunos aprendam ciência e
tecnologia” mudando o paradigma “do processo de ensino e aprendizagem”.
A
revisão curricular do Ensino em Moçambique, iniciada em 2017 na 1ª classe,
chega este ano a 4ª classe depois de em 2018 e 2019 ter sido introduzido na 2ª
e 3ª classes, respectivamente. Com a maioria das crianças impossibilitadas de
frequentar a pré-primária, que não existe no ensino público, o conteúdo dos
livros foi repensado para aos 6 anos de idade as meninas e meninos começarem a
comunicar na língua portuguesa, aprenderem as letras e os números associando ao
ambiente escolar, à família e a comunidade onde a criança está inserida sem
esquecer a introdução a educação musical.
“Desde
a capa os novos livros procuram ensinar as crianças a diversidade da nossa
sociedade, houve o cuidado de apresentar uma professora, mostramos que a
deficiência não diminui a capacidade de aprendizagem e incluída uma criança
portadora de albinismo”, indicou Ismael Nheze.
O
director do Instituto Nacional de Desenvolvimento da Educação explicou que
pensando no desenvolvimento cognitivo dos petizes o ensino do alfabeto foi
revisto passando a letra a i a ser a primeira vogal a ser ensinada e a letra m
a consoante que é leccionada. “São as letras mais fáceis, não é preciso tirar o
lápis do papel e podem-se ser escritas várias palavras de associação imediata
como igreja ou mamã”.
Com
a entrada em vigor na nova Lei do Sistema Nacional de Educação o ensino
primário passou a ter dois ciclos. Entre a 1ª e 2ª classes todos alunos
progridem, na 3ª classe, que é o final do 1º ciclo, embora não seja realizado
um exame as crianças que não saibam ler, escrever e contar ficam retidas.
“As
dificuldades do aluno não podem ser descobertas no teste final, tem que ser
diagnosticadas no início pelo professor e acompanhado para que até ao fim do
ciclo desenvolva a competências necessárias para progredir”, defendeu Nheze.
Educação
financeira na 4ª classe
Actualmente
o 2ª ciclo primário inicia na 4ª classe, e vai até a 6ª classe, sendo este ano
objecto da revisão curricular. Ismael Nheze disse que a nova abordagem é
“deixamos de ensinar só contas e passamos a leccionar a sua utilidade”.
Um
dos uso práticos da Matemática são as finanças pessoais e familiares e por isso
os estudantes com 9 anos de idade são iniciados em educação financeira, começam
por aprender que quando têm dinheiro é importante distinguirem quais são as
suas necessidades e o que são os desejos.
Os
exercícios estimulam a elaboração de orçamentos, a comparação de preços e as
meninas e meninos aprendem a importância da poupança.
Sem
descurar o aprendizado da gramática da língua oficial do nosso país Ismael
Nheze disse ao que para estarem preparados para o mundo actual o objectivos
passou a ser que “os alunos aprendam ciência e tecnologia”.
O
meio ambiente, a água, a agricultura, a pesca, a higiene e a saúde continuam a
ser os tópicos nas Ciências Naturais porém foi feito um aprofundamento maior para
que as crianças aprendam a tirar o melhor proveito das plantas e dos animais
tendo em vista a melhoria da segurança alimentar e nutricional.
A
higiene individual e colectiva, que começou a ser leccionada na 1ª classe,
também é desenvolvida na perspectiva de mostrar como os hábitos saudáveis podem
evitar alguns dos principais problemas de saúde pública em Moçambique como são
a malária e as doenças diarreicas.
Mas
o director do Instituto Nacional de Desenvolvimento da Educação não tem ilusões
e sabe mais do que um novo currículo e de livros novos é fundamental que os
professores estejam devidamente preparados afinal “a qualidade da educação está
no processo de ensino e aprendizagem na sala de aulas”. (Jornal Verdade)
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